Présentation du blog / Presentazione del blog

« Questo blog nasce da una grande passione per la poesia e per i poeti di lingua portoghese. Qui troverete poesie e prose poetiche seguite dalla traduzione in italiano e francese ».

« Este blogue brota de uma grande paixão pela poesia e pelos poetas da língua portuguesa. Aqui vocês encontrarão poemas e prosas poéticas, acompanhados da sua tradução em italiano e francês ».

« Ce blog est né d'une grande passion pour la poésie et les poètes de langue portugaise et a pour vocation de vous les faire découvrir. Vous trouverez ici les poèmes, en vers ou en prose, de poètes de tous horizons, accompagnés de leur traduction en italien et en français ».


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Hybris


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Os três movimentos da sonata (1980) »»
 
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Hybris
Hybris


Quando se desvelar a minha face,
a verdadeira
face

(estampada na nuvem? não:
cravada
num espelho de aço, irremovível)

vós sabereis quem sou, que faço nesses lados
ante o silêncio dos deuses —
com uma pedra
    na mão.
Quando verrà rivelato il mio volto,
il vero
volto

(impresso su una nuvola? no:
inchiodato
su uno specchio d’acciaio, inamovibile)

voi saprete chi sono, che ci faccio da queste parti
davanti al silenzio degli dei —
con una pietra
    in mano.
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Pablo Picasso
Figura (1947)
...

AUTEUR SUIVI / AUTORE SEGUITO



Nuno Rocha Morais

Nuno Rocha Morais (Porto, 1973 – Luxemburgo, 2008) foi um poeta português. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Portugueses e Ingleses) na Faculdade de Letras da Universidade do Porto em 1995.

Não nos deixeis cair...


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Não nos deixeis cair...
Ne nous laissez pas tomber...


Não nos deixeis cair na curiosidade dos outros,
Na piedade dos outros ou, pior, de nós mesmos.
Livrai-nos de sermos eternamente jovens,
Mas também nados-velhos, mortos-vivos.
Livrai-nos sobretudo de nos jactarmos.
Não nos deixeis cair as ciladas
Daqueles que só se desculpam ou nunca se desculpam.
Não nos deixeis cair na tentação de corrigir a vida
Quando tantas coisas nos morrem
E morrem às nossas mãos ou pela nossa memória.
Livrai-nos de falarmos em nome dos outros,
Dai-nos cada dia a lembrança de também sermos outros
E não nos perdoeis nunca se o esquecermos.

Ne nous laissez pas tomber dans la curiosité des autres,
Dans la pitié des autres ou, pire, de nous-mêmes.
Délivrez-nous du soyons éternellement jeunes,
Mais aussi du naître-vieillir, du vivants-morts.
Délivrez-nous surtout de nos fanfaronnades.
Ne nous laissez pas tomber dans les pièges
De ceux qui s'excusent eux-mêmes ou ne s'excusent jamais.
Ne nous laissez pas tomber dans la tentation de réformer la vie
Lorsque tant de choses meurent en nous
Et meurent entre nos mains ou dans notre mémoire.
Délivrez-nous de nos paroles au nom des autres,
Donnez-nous le souvenir d'être chaque jour aussi les autres
Et ne nous pardonnez jamais si nous l'oublions.

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Jheronimus Bosch
La tentation de Saint Antoine
(après 1490)
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Últimos Poemas (2009)

Ilustrações de Rasa Sakalaité




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