Présentation du blog / Presentazione del blog

« Questo blog nasce da una grande passione per la poesia e per i poeti di lingua portoghese. Qui troverete poesie e prose poetiche seguite dalla traduzione in italiano e francese ».

« Este blogue brota de uma grande paixão pela poesia e pelos poetas da língua portuguesa. Aqui vocês encontrarão poemas e prosas poéticas, acompanhados da sua tradução em italiano e francês ».

« Ce blog est né d'une grande passion pour la poésie et les poètes de langue portugaise et a pour vocation de vous les faire découvrir. Vous trouverez ici les poèmes, en vers ou en prose, de poètes de tous horizons, accompagnés de leur traduction en italien et en français ».


 ACTUALITÉS DU BLOG / NOTIZIE SUL BLOG



A raiz afectuosa


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
António Osório »»
 
A Raiz Afectuosa (1972) »»
 
Francese »»
«« precedente / Sommario / successivo »»
________________


A raiz afectuosa
La radice affettuosa


Com os anos
a pouco e pouco
a raiz afectuosa
penetrou
no fundo da terra
até chegar
ao mais pequeno
e mais antigo
veio de lágrimas.
Negli anni
un po’ per volta
la radice affettuosa
s’è insinuata
nel cuore della terra
fino a giungere
alla più stretta
e più antica
vena di lacrime.
________________

Fabienne Roques
Radici (2019)
...

AUTEUR SUIVI / AUTORE SEGUITO



Nuno Rocha Morais

Nuno Rocha Morais (Porto, 1973 – Luxemburgo, 2008) foi um poeta português. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Portugueses e Ingleses) na Faculdade de Letras da Universidade do Porto em 1995.

Acontecerá tudo num café...


Nome:
 
Collezione:
 
Altra traduzione:
Nuno Rocha Morais »»
 
Últimos Poemas (2009) »»
 
Francese »»
«« 67 / Sommario (68) / 70 »»
________________


Acontecerá tudo num café...
Tutto succederà in un caffè...


Acontecerá tudo num café
Dos mais movimentados da cidade.
Estarás sempre a olhar para o relógio,
Só a custo ouvirei a tua voz.
Sobre a mesa, haverá uns grãos de açúcar
E o ar sufocará, espesso de fumo.

Tudo se passará, claro, como fumo –
O olvido entra já pelo café.
Solúvel como fábula de açúcar,
Até dos mapas sumirá a cidade.
Já não me guiará a tua voz,
Durante tanto tempo o meu relógio.

Tudo se grava a fundo num relógio,
Sem lágrimas ou fogo, sequer fumo.
Tudo se passa, então, quase sem voz.
Nos teus olhos escuros de café,
Vai-se desvanecendo uma cidade
Que apenas deixa um rasto de açúcar.

Tudo se passa, claro, sem açúcar,
Perder é o sentido do relógio
E qualquer tempo é fuga: uma cidade
Voa para o passado como fumo,
Arrastada num gole de café,
Cerrando-se debaixo de uma voz.

Tudo morreu assim, sem chave e sem voz.
O tempo antes medido em grãos de açúcar
Cessou na vozearia de um café,
Mas como é que se inventa outro relógio?
Para ti, o meu rosto é apenas fumo?
Para mim, o teu é uma cidade.

Tudo se passou, claro, na cidade
Onde ouço ainda os passos dessa voz.
A recordação acre sabe a fumo
E contra ela nada pode o açúcar:
Deambula, espectral, no meu relógio,
Arde no burburinho de um café.

A cidade perdeu todo o açúcar,
Mas não se esquecerá a voz, relógio
Onde o que foi é fumo num café.
...

Tutto succederà in un caffè
Tra i più frequentati della città.
Tu continuerai a guardare l’orologio,
Solo a stento io sentirò la tua voce.
Ci saranno sul tavolino dei granelli di zucchero
E l’aria sarà soffocante, densa di fumo.

Tutto svanirà, è chiaro, come fumo –
L’oblio già sta entrando nel caffè.
Solubile come una favola di zucchero,
Persino dalle carte sparirà la città.
Più non mi guiderà la tua voce,
Che fu per tanto tempo il mio orologio.

Tutto s’incide a fondo in un orologio,
Senza lacrime o fuoco, neanche fumo.
Tutto svanisce, allora, quasi senza voce.
Nei tuoi occhi scuri come caffè,
Si va dissolvendo una città
Che lascia appena una traccia di zucchero.

Tutto svanisce, è chiaro, senza zucchero,
Perdere è il senso dell’orologio
E qualunque tempo è fuga: una città
Vola verso il passato come fumo,
Trascinata con un sorso di caffè,
Spegnendosi al di sotto d’una voce.

Tutto morì così, senza chiave e senza voce.
Il tempo dianzi contato in granelli di zucchero
S’arrestò nel vociare d’un caffè,
Ma com’è che s’inventa un altro orologio?
Per te, il mio volto è solo fumo?
Per me, il tuo è una città.

Tutto svanì, è chiaro, nella città
Ove ancora odo i passi di quella voce.
L’acre ricordo sa di fumo
E contro di lui nulla può lo zucchero:
Deambula, spettrale, sul mio orologio,
Arde nel gorgoglio d’un caffè.

La città ha perso tutto lo zucchero,
Ma non si scorderà della voce, orologio
Dove quel che fu è fumo in un caffè.
...

Edgar Degas
L'assenzio (1875-1876)
________________



Últimos Poemas (2009)

Ilustrações de Rasa Sakalaité




Edições QUASI